quarta-feira, 30 de março de 2011

A EXPLORAÇÃO DO SISTEMA SOLAR POR MEIO DE SONDAS.

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Voyager 1 é uma sonda espacial que em 21 de Janeiro de 2005 completou dez mil dias de atividade, desde que foi lançada em 5 de Setembro de 1977 pela NASA. Inserida no programa Voyager que previa o desenvolvimento de duas sondas de exploração inter-planetária (Voyager 1 e 2), tinha como objetivo a realização de um Grand Tour aproveitando o posicionamento favorável dos gigantes gasosos do sistema solar. Originalmente, porém, o Grand Tour foi desenhado para permitir visitas a apenas Júpiter e Saturno.




A Voyager 1, apesar de ter sido lançada para a sua missão após a Voyager 2, seguiu uma trajetória mais favorável atingindo o seu ponto mais próximo de Júpiter em 5 de Março de 1979, após o qual deu início a uma nova trajetória para interseção do sistema de Saturno ao qual chegou no dia 12 de Novembro de 1980. Esta trajetória mais rápida e desenhada de forma a permitir uma posição mais favorável à observação de Io e de Titã não permitiu à sonda a continuação da missão em direção a Urano e/ou Netuno. Assim, a Voyager 1, seguiu uma trajetória que a levaria a sair do sistema solar numa direção oposta à da sonda Pioneer 10.



Ao longo da sua missão científica, a Voyager 1 permitiu o desenvolvimento do nosso conhecimento dos sistemas de Júpiter (obtendo mais de 19.000 imagens de Júpiter e dos seus satélites) e Saturno através do envio de imagens de elevada qualidade e de outras informações obtidas através dos variados instrumentos instalados na sua plataforma. Descobriu três satélites em Saturno: Atlas, Prometeu e Pandora. Após a sua missão planetária, a Voyager 1 iniciou a fase de exploração das fronteiras do sistema solar denominada Voyager Interstellar Mission ou VIM que propõe o estudo da heliosfera e da heliopausa. Espera-se, assim, que a Voyager 1 seja o primeiro instrumento humano a estudar o meio interestelar. No entanto, e devido a cortes orçamentais, em 2005 a continuidade de missão não se encontra garantida.



A par da sua gêmea, a Voyager 2, lançada duas semanas antes, a 20 de Agosto, a Voyager 1 possui um detector de raios cósmicos, um magnetômetro, um detector de ondas de plasma, e um detector de partículas de baixa energia, todos ainda operacionais. Para além destes equipamentos, possui um espectrômetro de ondas ultravioleta e um detector de ventos solares, já inoperacional. Para além deste equipamento, as duas sondas carregam consigo um disco (e a respectiva agulha) de cobre revestido a ouro, contendo uma apresentação para outras civilizações, com 115 imagens (onde estão incluídas imagens do Cristo Redentor no Brasil, a Grande Muralha da China, pescadores portugueses, entre outras), 35 sons naturais (vento, pássaros, água, etc.) e saudações em 55 línguas, incluindo em língua portuguesa, feita por Portugal e pelo Brasil. Foram também incluídos excertos de música étnica, de obras de Beethoven e Mozart, e "Johnny B. Goode" de Chuck Berry. Atualmente, a Voyager 1 é o mais distante objeto feito pelo homem a partir da Terra, viajando fora do planeta e do Sol a uma velocidade relativamente mais rápida que qualquer outra sonda.[1]


Encontro com JúpiterVer também: Exploração de Júpiter


A Voyager 1 começou a fotografar Júpiter em janeiro de 1979. Sua aproximação máxima ao planeta aconteceu em 5 de março de 1979, a uma distância de cerca de 349 000 quilômetros do centro do planeta. Devido à maior resolução fotográfica permitida durante uma aproximação maior, a maioria das observações de luas, anéis, campos magnéticos e o cinturão de radiação do sistema de Júpiter foi feita durante um período de 48 horas durante a maior aproximação. A Voyager 1 terminou de fotografar o sistema de Júpiter em abril de 1979.



As duas sondas Voyager fizeram várias importantes descobertas sobre Júpiter, seus satélite, seu cinturão de radiação e seus anéis. A descoberta mais surpreendente no sistema de Júpiter foi a descoberta de atividade vulcânica em Io, que nunca tinha sido observado antes.
A Grande Mancha Vermelha, vista da Voyager 1.


Vista de fluxos de lava irradiando do vulcão Ra Patera em Io.
Falso detalhe da cor da atmosfera de Júpiter, fotografada pela Voyager 1.

Cratera Valhalla em Calisto. Imagem obtida pela Voyager 1 em 1979.







Encontro com SaturnoVer também: Exploração de Saturno


Depois do encontro com Júpiter, as duas Voyagers foram visitar Saturno e seu sistema de luas e anéis. O sobrevoo por Saturno da Voyager 1 aconteceu em novembro de 1980, com a aproximação máxima em 12 de novembro de 1980, quando a sonda chegou a 124 000 quilômetro das nuvens superiores de Saturno. As câmera da Voyager 1 detectaram estruturas complexas nos anéis de Saturno, e seus instrumentos de sensoriamento remoto estudaram a atmosfera de Saturno e de sua maior lua, Titã.

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Como a sonda Pioneer 11 tinha detectado um ano antes uma fina e gasosa atmosfera em Titã, os controladores da Voyager 1 decidiram que ela iria fazer uma aproximação a Titã. Essa trajetória com um sobrevoo próximo a Titã causou um desvio gravitacional que enviou a Voyager 1 para fora do plano da eclíptica, acabando com sua missão planetária. A Voyager 1 poderia ter seguido uma trajetória diferente, em que os efeitos gravitacionais de Saturno poderiam ter impulsionado ela em direção a Plutão. No entanto, isso não aconteceu, porque a outra trajetória que levava a um sobrevoo próximo a Titã tinha mais valor científico e menos risco.[2]



Imagem de Saturno fotografada pela Voyager 1 a partir de 5,3 milhões de quilômetros de distância, quatro dias após a sua maior aproximação.



Camadas de névoa que cobrem o satélite Titã de Saturno.


Anel F de Saturno fotografado pela Voyager 1

[editar] Estado atualEm 2005 a V

Voyager 1 percorreu mais de 14 bilhões de km (95 Unidades Astronômicas) e afasta-se de nós a uma velocidade de 17,2 km/s (ou 3,6 UA/ano). Os sinais enviados por ela (ou enviados para ela) demoram 760 minutos para chegarem até a Terra.



Atingiu, em 12 de agosto de 2006, uma distância de 100 unidades astronômicas do Sol, tornando-se o primeiro objeto construido pela mão do ser-humano a percorrer tal distância. Em 15 bilhões de quilômetros, está monitorando um espaço interestelar desconhecido pela humanidade. Estima-se que possa se libertar em breve da influência da gravidade do Sol, e em 2020 poderá perder a comunicação com a Terra.



Em Maio de 2010, a sonda encontrava-se a 113,3 UA no plano da constelação de Ofiúco.



Em torno de 14 mil anos ou mais, desde que nenhum choque físico com algum objeto externo (detritos ou outros fatores físicos) a comprometa, ela deverá emergir da Nuvem de Oort, lar dos cometas, muito além dos limites da Heliosfera, porém ainda considerada o limite extremo do Sistema Solar. Enfim, em torno de 40.000 anos, ela deve passar a 1,6 anos-luz da estrela AC+79 3888, da constelação da Girafa, que atualmente pertence a esta mas em 40.000 anos, estará na constelação de Ofiúco, seguindo na sua eterna rota pelo espaço sideral.



Em 13 de dezembro de 2010, depois de meses à espera da confirmação dos dados, a NASA anunciou que a Voyager 1, viajando a uma velocidade de 17 km/s, havia em junho deste ano alcançado a zona de heliopausa, tornando-se o primeiro artefato humano a chegar à fronteira do Sistema Solar. Nesta data, a nave espacial estava a aproximadamente 17,3 bilhões km (10,8 bilhões de milhas) de distância do Sol.[3] Atualmente, a Voyager 1 é o mais distante objeto feito pelo homem a partir da Terra, viajando fora do planeta e do Sol a uma velocidade relativamente mais rápida que qualquer outra sonda.[1]




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